Sabe quando tudo que você aprendeu desde a infância no Colégio Sion faz sentido na atividade desenvolvida na idade adulta? Pois é essa a sensação trazida pela ex-aluna do Sion Batel, Mirella Damaso, que foi aluna de 1994 a 2005 na sede Batel e hoje desponta como liderança na sua área.
Formada em Administração Internacional de Negócios (UFPR) e Relações Públicas (PUC), a profissional consegue identificar claramente que sua atual atividade é ainda nova no mercado e o Método Montessori foi um dos responsáveis por tê-la colocado à frente no setor de inovação.
Um problema, várias soluções possíveis
Aliás, Mirella defende que muitas profissões do futuro ainda não existem. Ela mesma como gerente de Open Inovation na Heineken conta que sua atividade é muito disruptiva, para utilizar a linguagem da atualidade.
Ela é responsável por trazer mais tecnologias para dentro da empresa, como realidade aumentada, blockchain, Inteligência Artificial e outras soluções inovadoras. Tudo para que a empresa encontre respostas para perguntas novas e desafiadoras com as quais as organizações se deparam nos dias de hoje.
“Nesses momentos, lembro muito do Sion. Em escolas tradicionais, a gente é condicionado a ter uma resposta para cada pergunta na base da decoreba. No Sion, não existe isso. Não existe a resposta pronta para um problema. É justamente o que faço aqui”, conta.
Para resolver um problema, é preciso explorar todas as possibilidades para chegar a um abecedário de possíveis soluções. Para isso, a gerente utiliza metodologias ágeis, como Design Sprint, Design Thinking, Sprint, Lean, Scrum, Kanban, entre outras. “No fundo, o que aplico aqui é um método como o do Sion para pensar o problema e explorar as possíveis soluções juntos”, reconhece.
Três desafios de open inovation
Na empresa, ela lidera um laboratório com desenvolvedores e outros colaboradores que pensam no problema de forma conjunta. Ela tem três desafios nessa que é uma área nova na organização. Um deles é a área de open inovation, que envolve tanto promover inovação dentro da organização quanto gerar oportunidades de hackatons com o ecossistema.
Outro desafio é buscar a mudança de mindset e trazer novos métodos ágeis para pessoas que ainda pensam do modo tradicional. Nisso também Mirella vê muita semelhança com a filosofia montessoriana, já que seu papel é estimular a criatividade, reduzir silos e promover a experimentação.
Ela também busca mudar a concepção do erro como algo negativo, mas como parte de uma etapa para a solução. Mirella também tem sob sua tutela a responsabilidade de promover maior comunicação, conexão e colaboração entre todos. “Quando comecei a trabalhar com inovação, digital, novas metodologias e mudança de mindset, notei que a minha formação no Sion me possibilitou trabalhar com o que eu faço hoje”, orgulha-se.
Autonomia e suas vantagens na vida profissional
Ela relembra que nos tempos de Sion era livre para fazer as fichas, mas ao mesmo tempo responsável por fazer as tarefas gerindo seu próprio tempo. E isso com oito anos de idade. “Isso me fez desenvolver autonomia incrível e desde que fui estagiária passei a ser responsável por criar do zero uma área, justamente o que estou fazendo no momento”, relata.
Segundo ela, sua atividade principal hoje não foi aprendida em faculdade, mas um legado que o Sion trouxe para sua vida e que é instrumento de trabalho. “Sempre trabalhei com criatividade, desenvoltura nas aulas de teatro, português, montagem de filmes e outras atividades. Nunca tivemos apostila e isso me enriqueceu muito”, informa.
Mundo compartilhado e colaborativo
Como gerente de inovação, Mirella olha para trás e sabe que o Método Montessori traz facilidade para a transformação digital e para a desconstrução dos profissionais, cuja resistência é muito grande em um cenário onde nada está pronto e tudo é muito incerto e volátil.
Outro ganho da época em que estudava no Sion é que tudo no colégio tem uma razão de ser. Nas fichas mesmo, se há dificuldade, não há nenhum mal de um colega te ajudar. E isso é útil no mundo do trabalho, onde tudo é compartilhado e colaborativo. “Ainda esbarramos no individualismo, mas os profissionais estão descobrindo que precisam uns dos outros. É algo natural para mim, que vim do método ensinado pelo Sion”, afirma.
Diferenciação para se tornar profissional destacado
Mirella, agora com mais bagagem de vida, dá uma dica para quem segue para a faculdade e depara-se com as cadeiras devidamente enfileiradas, notas e várias mudanças. “Quando a gente se depara com sala de aula tradicional, parece que a gente está errado, que vivíamos numa bolha. Mas na verdade a gente está muito mais preparado para o profissional do futuro. Não se acanhe porque você é diferente de todo mundo. É essa diferença que vai lhe tornar um profissional destacado na sua área”.
Mirella prova que tudo isso é verdade. Ela é o melhor exemplo de que o Colégio Sion forma mesmo para a vida e para todos os desafios que ela nos apresenta.