Alunos do 4º ano do Solitude criam glossário da língua “Kaingang” no ano internacional das línguas indígenas

No ano internacional das línguas indígenas os alunos do 4º ano do colégio Sion (Batel) – associado a UNESCO – desenvolveram um trabalho inovador e rico para cultura local, o “Glossário Kaingang”. Durante aproximadamente um mês e meio os estudantes produziram jogos como: dominó do alfabeto, dominó de números, jogo da memória das cores e quebra cabeça do corpo humano com as palavras da língua indígena, que culminou em um e-book que foi apresentado e compartilhado com os pais durante a 10ª Mostra Sion de Conhecimento.

Uma das idealizadoras do projeto, a professora Luciana Zatera, revela que a ideia surgiu a partir da associação do colégio a UNESCO, que este ano deu visibilidade a um dos temas escolhidos pela ONU, que foi o “Ano Internacional das Línguas Indígenas”. A partir daí, a docente em parceria com sua colega de trabalho Rebeca Wrzesinski, deram início a uma jornada de pesquisas para se aprofundarem no tema e assim trabalhá-lo em sala de aula.

“A partir da definição do tema, eu e a professora Rebeca Wrzesinski elaboramos o projeto de pesquisa e começamos a partilhar as ideias com as crianças, que rapidamente aceitaram o desafio. Os primeiros contatos das crianças com o tema foi por meio de textos, pesquisas, atividades de interpretação oral e escrita”, completa.

Foram cerca de um mês e meio para a elaboração final do projeto. Durante todo esse período os estudantes tiveram contato com a história, língua e costumes da etnia. Para facilitar o aprendizado as idealizadoras contaram com a ajuda do professor Florêncio Rekayg Fernandes, indígena de etnia Kaingang, que também é docente e leciona no Colégio Estadual Leôncio Correia. A troca aconteceu no MAI – Museu da Arte INdígena – aqui em Curitiba.

O encontro rendeu muito aprendizado e diversão para os estudantes. “Ele conversou com as crianças sobre sua cultura, contou sobre a pesquisadora que desenvolveu a língua escrita kaingang, apresentou alguns livros usados para alfabetizar os indígenas na língua kaingang, jogos de palavras, cantou música em sua língua com as crianças”, revela a docente.

Florêncio Rekayg se prontificou em validar o material coletado pelas professoras e gravar áudios com a pronúncia das palavras selecionadas para facilitar a compreensão dos alunos. “Com esse material em mãos, conseguimos estudar a pronúncia das palavras com as crianças e montar os vídeos que estão no e-book”, enfatiza Luciana.

Durante a mostra de conhecimento os alunos tiveram a oportunidade de compartilhar com pais e colegas todo o conhecimento adquirido com a experiência, além de partilhar suas criações e o material rico que resultou em um e-book.

Atividades como essa são capazes de estimular a reflexão dos alunos quanto a diversidade e o respeito a outras etnias, explica a docente Luciana Zatera. “Esses temas trabalhados em sala de aula despertam a empatia e a conscientização da necessidade de lutarmos por um mundo mais justo e pacífico, começando sempre por nós”, finaliza.

Para conferir o “Glossário Kaingang” acesse o link: http://bit.ly/2N4QFFz

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